dezembro 17, 2025
dezembro 17, 2025
17/12/2025

Pastor de Niterói em caravana religiosa com 103 brasileiros aguarda retorno de Israel em meio a conflito

Brasileiros da caravana religiosa enfrentam desafios em Jerusalém

Uma caravana religiosa com 103 integrantes, liderada pelo pastor Felippe Valadão da Igreja da Lagoinha em Niterói (RJ), está enfrentando uma situação crítica em Jerusalém, em decorrência do conflito desencadeado pelo grupo Hamas após um ataque ocorrido no último sábado (7).

A caravana partiu do Brasil em 28 de setembro e, após uma parada em Dubai, nos Emirados Árabes, chegou a Israel na segunda-feira passada (2). Todos os membros preencheram formulários fornecidos pelo consulado para serem resgatados, mas ainda não receberam contato das autoridades. O governo brasileiro anunciou neste domingo (8) que utilizará seis aeronaves para repatriar os cidadãos, dando prioridade aos que vivem no Brasil.

O pastor Felippe Valadão relata os momentos de tensão que a caravana enfrentou. “Quando chegamos em Jerusalém na noite de sexta-feira (6), fomos acordados de madrugada pelo som dos foguetes”, diz Valadão. “As pessoas estavam tomando café no hotel, e o pânico tomou conta de todos.”

Atualmente, o grupo está hospedado em um hotel em Jerusalém. A expectativa de Valadão é que eles possam retornar ao Brasil em breve, após serem incluídos em uma lista enviada pela embaixada brasileira em Israel. Nas redes sociais, os membros da caravana compartilharam fotos recebendo orientações em um salão e pedindo orações aos seguidores.

O deputado federal Áureo Ribeiro (Solidariedade-RJ) desempenhou um papel crucial na comunicação entre a caravana e o Itamaraty. Segundo o político, houve dificuldades para contatar o Itamaraty ao longo do sábado, mas a situação foi resolvida no domingo de manhã.

“As pessoas que estão lá estão emocionalmente abaladas. É um grande desafio para esta caravana, que inclui bebês e idosos”, afirma Ribeiro.

De acordo com o governo federal, cerca de 14 mil brasileiros residem em Israel, e outros 6 mil vivem na Palestina. Desde o sábado, o Itamaraty já recebeu contatos de 1.000 pessoas em busca de repatriação ou informações adicionais.

As operações de repatriação devem começar entre segunda-feira, 9 de outubro, e terça-feira, 10 de outubro, com o uso de seis aviões. A lista dos primeiros resgatados será finalizada até segunda-feira de manhã, de acordo com o comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), tenente-brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno.

Felippe Valadão descreve o clima de guerra que se instalou em Jerusalém após os ataques. “A atmosfera é de guerra. Soldados e até civis armados, com metralhadoras, podem ser vistos. Isso é chocante para nós, que não estamos acostumados”, relata Valadão. “Apenas serviços de emergência, como padarias e farmácias, estão funcionando. Quase não há restaurantes abertos.”

Por questões de segurança, o hotel onde o grupo está hospedado proibiu o uso das áreas de lazer, forçando os hóspedes a permanecerem em seus quartos. Valadão lamenta o impacto emocional que a situação está causando nas pessoas.

Para a caravana, outra opção é aguardar até terça-feira (10), quando está programado o voo de retorno comprado pelo grupo antes do início do conflito. Até o momento desta reportagem, a companhia aérea Emirates não havia cancelado o voo, segundo o pastor. “Só encontraremos paz quando estivermos dentro do avião”, conclui Valadão.

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