outubro 22, 2024
22/10/2024

Operação Policial Investiga Espionagem com software de celulares e alcança filho de Ex-Ministro de Bolsonaro

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Operação Policial Investiga Espionagem com software de celulares e alcança filho de Ex-Ministro de Bolsonaro

A Polícia Federal está conduzindo a “Operação Última Milha” para investigar o uso de um software espião que permitia o monitoramento ilegal de aparelhos celulares pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A operação abrange 25 mandados de busca e apreensão, além de dois de prisão preventiva, nos estados de São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Goiás e no Distrito Federal. O filho do ex-ministro do governo Bolsonaro, o general da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz, está entre os alvos da operação.

Segundo as investigações da Polícia Federal, Caio Cesar dos Santos Cruz teria intermediado a compra do programa FirstMile, desenvolvido pela empresa israelense Cognyte, com o governo brasileiro no final do governo do ex-presidente Michel Temer. A Abin confirmou o uso do software, que teve início em dezembro de 2018 e encerrou em maio de 2021, durante a administração de Jair Bolsonaro. O programa permitia o monitoramento de até 10 mil proprietários de celulares anualmente.

Além de rastrear a localização aproximada dos dispositivos, o software também era capaz de gerar alertas sobre os movimentos dos alvos de interesse. A operação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, como parte do inquérito das fake news.

Segundo a TV Globo e a GloboNews, a operação incluiu o afastamento dos atuais diretores da Abin, a apreensão de uma grande quantidade de dólares com um deles, a prisão de dois servidores que coagiram colegas para evitar demissões, e buscas em um escritório da fabricante do software em Florianópolis, Santa Catarina.

A investigação sugere que o software foi usado para monitorar ilegalmente servidores públicos, políticos, policiais, advogados, jornalistas e até mesmo juízes e membros do STF. Após a operação, a Abin afirmou que abriu um procedimento para apurar a questão e cooperou integralmente com as investigações. O software deixou de ser usado em maio de 2021.

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) informou que conduziu uma correição extraordinária em fevereiro de 2023 e instaurou uma sindicância investigativa em março do mesmo ano. Todas as solicitações da Polícia Federal e do STF foram atendidas integralmente, e a Abin reforçou seu compromisso com a legalidade e o Estado Democrático de Direito.

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