dezembro 5, 2025
dezembro 5, 2025
05/12/2025

Presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar, é preso pela PF por suspeita de vazamento de operação contra o crime organizado

O presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), deputado Rodrigo Bacellar (União Brasil), foi preso na manhã desta quarta-feira (3/12) pela Polícia Federal, durante a Operação Unha e Carne. Segundo a corporação, o parlamentar é suspeito de vazar informações sigilosas da Operação Zargun, deflagrada em setembro, que resultou na prisão do então deputado estadual TH Joias.

A detenção ocorreu dentro da Superintendência da PF, na Praça Mauá, no Centro do Rio. Até o momento, não há esclarecimentos sobre o motivo de Bacellar estar no local quando recebeu voz de prisão.

Em nota, a PF afirmou que a participação de agentes públicos no vazamento de informações “culminou com a obstrução da investigação” relacionada à Operação Zargun.

Fuga de TH Joias levantou suspeitas de vazamento

No dia em que a Operação Zargun foi deflagrada, o procurador-geral de Justiça do RJ, Antonio José Campos Moreira, já havia apontado indícios de vazamento. Segundo ele, as equipes tiveram dificuldade em localizar TH Joias.

O parlamentar deixou seu condomínio na Barra da Tijuca por volta das 21h40 da véspera da operação, abandonando a casa completamente revirada, o que sugeria tentativa de fuga e eliminação de provas. TH só foi encontrado horas depois, na residência de um amigo, no mesmo bairro.

Mandados cumpridos na Alerj

A PF cumpriu 1 mandado de prisão preventiva e 8 mandados de busca e apreensão, incluindo o gabinete de Bacellar na Alerj, além de medidas cautelares autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

A operação integra as ações determinadas pelo STF no âmbito da ADPF das Favelas, que ampliou a responsabilidade da PF na investigação de organizações criminosas violentas e suas conexões com agentes públicos no estado.

Quem é TH Joias e por que foi preso

Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Joias, foi detido em 3 de setembro. Ele é investigado por tráfico de drogas, corrupção e lavagem de dinheiro, além de suspeita de negociar armas e acessórios para o Comando Vermelho (CV).

TH assumiu uma cadeira na Alerj em junho do ano passado como 2º suplente, mas perdeu o mandato quando Rafael Picciani retomou sua vaga após deixar o secretariado do governador Cláudio Castro.

As investigações revelam um suposto esquema de corrupção envolvendo TH, líderes do CV e agentes públicos, incluindo um delegado da PF, policiais militares e ex-secretários. Segundo a PF, a organização tinha acesso privilegiado a dados sigilosos, garantia de impunidade e até importava armas do Paraguai e equipamentos antidrones da China, revendidos inclusive para facções rivais.

Os investigados respondem por organização criminosa, tráfico internacional de armas e drogas, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.

Operação Bandeirante: nova denúncia contra TH

Paralelamente à Operação Zargun, o Ministério Público do Rio de Janeiro, por meio da Operação Bandeirante, denunciou TH Joias e outros quatro investigados por associação para o tráfico e comércio ilegal de armas de uso restrito.

A denúncia aponta vínculos estáveis com o Comando Vermelho, com atuação nos complexos da Maré, Alemão e Parada de Lucas. O grupo teria intermediado a aquisição de armas, drogas e equipamentos antidrones, além de movimentar grandes quantias em espécie para financiar atividades da facção.

O Tribunal de Justiça do Rio expediu 4 mandados de prisão e 5 de busca e apreensão, cumpridos em endereços na Barra da Tijuca, Freguesia e Copacabana.

Foto: Th Joias e o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar _ Reprodução/Internet

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