outubro 22, 2024
22/10/2024

Chefe do MP do Rio quer estender parceria com a Polícia Federal para investigar crimes da milícia

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Chefe do MP do Rio quer estender parceria com a Polícia Federal para investigar crimes da milícia

Tempo de leitura: Aproximadamente 3 minutos

O procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, Luciano Mattos, deseja ampliar a parceria com a Polícia Federal (PF) na investigação do caso Marielle Franco para abranger outros crimes envolvendo a milícia. Essa colaboração, acertada entre Luciano Mattos e o ministro de Justiça, Flávio Dino, em fevereiro deste ano, marcou o fim de desentendimentos entre forças estaduais e federais.

No passado, quando Marielle foi assassinada, o então chefe do Ministério Público (MP) estadual, Eduardo Gussen, sugeriu criar uma força-tarefa com a participação da PF e do Ministério Público Federal. No entanto, a ex-procuradora geral de Justiça, Raquel Dodge, rejeitou a parceria e preferiu um modelo em que apenas a Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF) atuassem. Esse gesto sinalizou que policiais civis e promotores estaduais não teriam autonomia para investigar crimes de organizações criminosas com fortes ramificações no cenário político fluminense.

Ronnie Lessa, Ecio de Queiroz e Maxwell Simões Corrêa
Ronnie Lessa, Ecio de Queiroz e Maxwell Simões Corrêa

Gussen recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e conseguiu evitar a federalização das investigações. Enquanto isso, o então interventor federal, general Walter Braga Netto, que possuía autoridade federal, não interveio para resolver a crise.

O MP estadual trabalhou apenas com a Polícia Civil do Rio de Janeiro. A parceria funcionou bem para identificar os executores do crime, mas emperrou e deixou sem resposta por cinco anos as perguntas: “quem mandou matar Marielle e por quê?”.

No início do ano, uma esperança. Como revelou a jornalista Bela Megale, do jornal “O Globo”, o governador Claudio Castro ligou para o procurador Luciano Mattos e disse que havia a possiblidade de uma delação de Ronnie Lessa. O caso foi tratado, entre outros temas, numa reunião entre a cúpula da Polícia Civil e do Ministério Público. Mas as negociações da Polícia Civil com o homem apontado como assassino de Marielle não foram adiante.

E aqui um parêntese: é impossível uma delação de Ronnie Lessa sem que ele exponha a corrupção das polícias cariocas.

A Polícia Civil emitiu a seguinte nota sobre o assunto:

“Empenhada na investigação que apura os assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, a Polícia Civil do Rio enviou, em abril deste ano, uma equipe da Delegacia de Homicídios da Capital, ao presídio em Porto Velho para realizar novas oitivas. Em uma das conversas com Ronnie Lessa, foram levantadas novas informações recebidas como dados de inteligência e, por determinação do governador Cláudio Castro, repassadas pela Polícia Civil do Rio ao Ministério Público Estadual para conhecimento a avaliação.”

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