A major da Polícia Militar, Fabiana Pereira Ribeiro, de 43 anos, enfrentou o tribunal do júri e foi absolvida da acusação de matar o marido com um tiro na cabeça enquanto ele dormia, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio de Janeiro. A decisão ocorreu após ela responder por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e sem defesa da vítima. A absolvição levanta discussões sobre a complexidade do caso, onde a major afirmou ser vítima de violência física, sexual e psicológica por parte do companheiro, com quem foi casada por 15 anos.
O trágico episódio ocorreu em 28 de fevereiro, quando o ex-agente do Bope, agora empresário, foi encontrado morto com um tiro na têmpora direita durante o sono. Inicialmente, Fabiana relatou à polícia que o marido teria cometido suicídio com uma pistola, apresentando-se ao lado do corpo. Contudo, a perícia levantou indícios que questionaram essa versão, como a posição do corpo na cama e a ausência de manchas de sangue nas mãos da vítima, indicando inconsistências com a teoria de suicídio.
Cinco dias após o ocorrido, Fabiana foi até a 37ª DP (Ilha do Governador) e admitiu a autoria do homicídio. Alegando sofrer violência psicológica e sexual ao longo de anos, a major foi afastada de suas funções na PM.
A absolvição, num contexto onde a defesa argumentou sobre a complexidade do histórico de violência enfrentado pela major, destaca a importância de se compreender a dinâmica de relacionamentos abusivos e os desafios enfrentados por vítimas em buscar justiça em casos de violência doméstica. O caso evidencia a necessidade contínua de sensibilidade e aprimoramento no tratamento de situações que envolvem a violência contra a mulher.



