Por Redação,
Que a política é dinâmica disso ninguém dúvida, porém, quando uma ação contraria o discurso isso pode ser chamado de traição. A polêmica começa em São Gonçalo, com as movimentações para a disputa no Processo de Eleição Direta (PED), que definirá o novo presidente do diretório municipal do Partido dos Trabalhadores (PT) na cidade. Entretanto, as disputas pelos diretórios municipais em todo estado ultrapassam as cidades e interferem diretamente na eleição do novo comando estadual do partido, que rege os municípios.
Em São Gonçalo, Dimas Gadelha (PT) apoia o vereador do seu partido Juliano Freitas para assumir a legenda municipal. A fim de eleger Juliano, Dimas fechou apoio de Washington Quaquá, e seu leal grupo, em troca do voto a favor de Diego Zeidan, filho de Quaquá, na disputa pelo diretório estadual do partido. O fechamento se estenderia ainda a uma possível candidatura de Quaquá à presidência nacional da sigla.
No entanto, chamou atenção a presença do vereador Juliano Freitas e do atual presidente do PT de São Gonçalo, Antônio Maia, no lançamento do deputado federal Reimont (PT) à disputa pelo diretório estadual, realizado no sábado (17/05), em chapa adversária.

A saia justa logo se espalhou entre os seguidores de Quaquá, que não deixaram o fato passar despercebido, levando a crer também existir um acordo paralelo entre Dimas e Reimont. Para intensificar ainda mais a situação, em um vídeo no local do evento, sob um carro de som e falando ao microfone, Reimont agradece a Dimas e Juliano.
“Eu quis uma candidatura que nos unificasse, mas o outro lado não quis discutir, não quis unificar. Aqui desse lado, onde nós temos diversas forças… falei aqui do Lindberg Farias, nossa liderança no Congresso Nacional, tô falando de Benedita da Silva, de Dimas Gadelha que tava (sic) aqui com Juliano, que é candidato a presidente lá em São Gonçalo e tá (sic) representando o Dimas aqui nesse ato…”, diz Reimont.
Assista o vídeo:
Deputado Reimont discursa durante evento realizado na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), na Rua Araújo Porto Alegre, no Centro
Fala uma coisa e faz outra?
Nas entrelinhas, o pessoal da política entende que “o outro lado que não quis conversar” seria Quaquá. Outro fato curioso se dá pela suposta partilha de votos no diretório de São Gonçalo. Ao que tudo indica, Dimas e seu grupo, encabeçado pelo vereador Juliano Freitas e Antônio Maia, pretendem dar um pedaço para o Reimont e outro para Quaquá, restando a dúvida sobre quem levará a melhor.
Há alguns dias, Juliano Freitas subiu à Tribuna da Câmara de Vereadores e criticou negociações sobre votos dos gonçalenses.
“O que é um acordo? É a vontade de dois, então se houve acordo foi negociada alguma coisa… então foi negociado o voto do gonçalense? E eu tô (sic) falando isso aqui contra um aliado do meu partido, mas eu tô falando aqui porque eu não tive padrinho político nenhum me abraçando para eu poder vir pra (sic) cá (se referindo à sua eleição de vereador)”, diz Juliano em vídeo registrado.
As declarações do parlamentar gonçalense contrastam com a realidade dos fatos, pois ele foi apadrinhado publicamente pelo deputado Dimas Gadelha, e soaram como crítica a Quaquá, apesar de ter se acovardado e não citado nenhum nome. De alguma forma, teria conseguido contornar a situação naquele momento.
Apesar de criticar a utilização dos votos como barganha para aumento de poder político, é justamente este o movimento que Juliano e Dimas estão fazendo ao se comprometerem com duas chapas diferentes na disputa pelo diretório regional do estado do Rio.
Muitos estão se perguntando qual será a explicação sobre o apoio a Reimont, já que deram suas palavras a Quaquá.
No início desse mês, começaram a circular charges e questionamentos sobre a postura de Dimas e Juliano com Quaquá. O desenho abaixo simula os dois “puxando a cadeira” de Quaquá.

Rachas internos podem gerar danos ao governo Lula
Há quem aposte que a falta de entendimento entre políticos da legenda no estado do Rio comprometem o governo Lula, já que dividir custa sempre mais do que somar. Além do fato de o governo estar atravessando “águas turbulentas” no cenário eleitoral e político, no qual a polarização entre Direita e Esquerda promete ainda definir os resultados das próximas eleições.
* Patrick Guimarães.

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