Arrastões e vários assaltos marcam o domingo em São Gonçalo
São Gonçalo, que vinha registrando uma queda nos índices de roubo de veículos, viveu um domingo marcado por arrastões e assaltos logo após o anúncio da Operação Barricada Zero pelo governo estadual. A nova ofensiva prometia retirar as barricadas que há anos dificultam o acesso policial em bairros dominados pelo tráfico, especialmente no Jardim Catarina. Mas, pouco depois da divulgação da medida, criminosos passaram a agir com ousadia, realizando uma série de ataques em pontos estratégicos da cidade.
Moradores relataram furtos de carros, motos e até jet-skis em bairros como Paiva, Vista Alegre, Trindade, Rocha, Venda da Cruz e Boacu. Entre os casos, estão o roubo de um BYD na Paiva, encontrado abandonado em Vila Lage, e assaltos violentos em que famílias foram rendidas sob mira de armas. Dois arrastões ocorreram nas principais vias de acesso: BR-101 e RJ-104, colocando dezenas de motoristas e passageiros em risco em plena noite de domingo.
A situação escancara o dilema vivido pela população: com barricadas, o cidadão sofre restrições de mobilidade e serviços; sem barricadas, os crimes se multiplicam antes de o estado mostrar reforço efetivo. O tráfico, mais uma vez, mostra que não dará trégua à presença do poder público, respondendo com ataques em série. Moradores cobram que o anúncio da operação seja acompanhado de patrulhamento ostensivo, inteligência policial e proteção constante – não apenas uma ação pontual.
O episódio evidencia como a guerra entre autoridades e criminosos faz do povo a maior vítima. Entre limitar a circulação e “liberar” os roubos, quem sempre sai perdendo é o cidadão, refém da insegurança. Especialistas em segurança e líderes comunitários já cobram uma estratégia integrada e permanente, para que São Gonçalo possa viver além do ciclo de medo imposto tanto pelo tráfico quanto pela ausência estatal.
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