fevereiro 12, 2025
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12/02/2025

Esperança

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Falar das flores, do amor que elas representam no brilho reluzente na natureza através de suas cores. Falar do prazer de viver, de conviver, de nascer e de crescer. Tudo isso é grandioso. Falar da Esperança como perspectiva de vida, como projeção do amanhã, é uma forte razão para o existir. Todavia, quando a Esperança é ludibriada, é invocada e simultaneamente ignorada, um ar de tristeza invade a natureza humana.

Como é possível brincar com uma palavra tão expressiva para a realidade humana ? Encher os sentimentos de Esperança, comprometendo os mínimos valores da sobrevivência com discursos prometedores, resumidos em simples retórica evasiva, é desesperador para um povo que consegue sorrir, sem dentes

Ao ser invocada, a Esperança nos remete ao provérbio popular de que “quem espera sempre alcança”. Sendo assim, vale a pena esperar, quando a Esperança é revelada no sentido da realização. Portanto, esperar, esperar e esperar, até que se possa alcançar o fim almejado.

Quando alguém assume a Esperança com promessa de realizar, está criando expectativas geradoras de confiança, colocando em suas mãos o destino dos esperançosos. Frustrar essa crença esperançosa é como promover uma epidemia de decepções patológicas.

A Esperança não merece fazer parte de um mero jogo de palavras que soam e ecoam, levadas ao vento, sem rumo certo. Quem ouve, na carência de soluções, acaba acreditando que esperar é a solução. Enquanto se espera se desespera, num emaranhado de problemas sociais que se avoluma claramente.

Fazer da Esperança um elo de ligação entre o possível e o impossível é correr o risco de ameaçar sua sobrevivência. E, afinal, não se pode matar a Esperança porque está na boca do povo que ela “é a última que morre”.  Talvez o pior criminoso seja o responsável pela morte da Esperança.

A Esperança mal…dita cai no campo da desconfiança, refletindo um estado de coisa não realizada. É melhor voltar a falar das flores do que sequer pensar na morte da Esperança.

 

* Aldemir Guimarães é jornalista, poeta, escritor e professor aposentado. Autor dos livros “Meu Tempo Nosso Tempo” (Litteris 2004), “Jorginho, o Menino de Ouro” (2ª Edicão – Litteris – 2007 e 2014), “A Formiga Solitária” (Quártica Premium 2009), “O Último Em Canto” (Quártica Premium 2012), “Mãe Gralha” (Quártica Premium 2015) e “Consciência Poética” (Clube dos Escritores – Super Livros 2018). O texto é de inteira responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do RIO PRESS.

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