abril 25, 2025
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25/04/2025

Governo Lula suaviza proposta de PEC que restringe participação de militares em cargos políticos

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Governo Lula Suaviza Proposta de PEC que Restringe Participação de Militares em Cargos Políticos

O governo Lula, em conjunto com os ministros da Defesa, José Múcio Monteiro, e da Justiça, Flávio Dino, decidiu amenizar a proposta de emenda à Constituição (PEC) que buscava proibir a nomeação de militares da ativa em cargos políticos. O texto original da PEC, obtido por CartaCapital, impedia a indicação de militares da ativa para ministros de Estado, porém, essa disposição será removida na versão a ser enviada ao Congresso Nacional.

Sob o governo de Jair Bolsonaro, observamos generais do Exército assumindo pastas ministeriais enquanto ainda estavam em serviço ativo, destacando-se o caso de Eduardo Pazuello, que liderou o Ministério da Saúde durante a pandemia de Covid-19.

O líder do governo no Congresso, o ex-ministro da Defesa Jaques Wagner (PT-BA), esclareceu que a PEC agora se concentrará exclusivamente nas eleições. O texto enfatiza a importância de restringir a participação de militares da ativa no processo eleitoral, pois não podem se envolver em atividades político-partidárias.

Wagner explicou: “No caso dos ministros, não é a mesma coisa, porque alguém, para ser ministro, precisa de convite da Presidência. Não é um ato voluntário. Estamos preocupados com aquilo que é voluntário.” Ele também destacou que as Forças Armadas veem a PEC como positiva e indicam um cenário de “pacificação”, após discussões com Múcio. O senador descartou a utilização da proposta para alterar o artigo 142 da Constituição, frequentemente usado por bolsonaristas para promover interpretações golpistas sobre uma possível intervenção militar.

Atualmente, um militar pode se candidatar, desde que se licencie. Se eleito, assume o cargo, mas se não vencer, retorna ao serviço ativo. No entanto, a PEC propõe avançar para garantir a neutralidade política das Forças Armadas, propondo que o militar da ativa que deseje se candidatar a cargo eletivo seja transferido para a reserva no momento do registro da candidatura. A transferência para a reserva remunerada ocorrerá se os requisitos para a transferência a pedido para a inatividade remunerada forem atendidos, caso contrário, o militar passará para a reserva não remunerada das Forças Armadas.

Jaques Wagner será o autor da PEC no Senado, enquanto o relator da proposta será definido após consultas ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e ao presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Davi Alcolumbre (União-AP).

Após passar por comissões, uma PEC requer a aprovação de três quintos de cada Casa do Congresso Nacional em duas votações: 308 votos na Câmara e 49 no Senado. Wagner afirmou que é improvável que a PEC entre em vigor a tempo das eleições municipais de 2024

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