Na imagem, servidores durante assembleia que resultou na aprovação da greve _ FOTO: Mayara Alves
Por Redação,
A diretora do Departamento de Gestão Hospitalar do Rio de Janeiro (DGH), Teresa Cristina Vivas Navarro Vannucci, comunicou aos diretores dos hospitais federais do estado, por meio de ofício circular (Nº 167/2024), greve geral dos funcionários das unidades, a partir da próxima quarta-feira (15/05), por tempo indeterminado. Entre as reivindicações está o fim do sucateamento das unidades de saúde, situação que vem sendo amplamente divulgada pelos canais de imprensa, inclusive com denúncias de monopólios de vagas adotados por políticos.
Teresa Cristina enviou o documento aos diretores dos hospitais federais do Andaraí, de Bonsucesso, Cardoso Fontes, de Ipanema, da Lagoa e dos Servidores do Estado, na última terça-feira (7/05), em referência a um ofício do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social no Estado do Rio de Janeiro (SINDSPREV/RJ).
A greve foi aprovada pela categoria em assembleia realizada no auditório do Hospital dos Servidores, na segunda-feira passada (6/05).
Segundo o sindicato, “as principais reivindicações são o não fatiamento e privatização do complexo de hospitais federais; a transferência dos servidores destas unidades para a carreira da ciência e tecnologia; o cumprimento do acordo de greve de 2023; o pagamento da insalubridade em grau máximo e do piso da enfermagem na integralidade; o fim do desmonte dos hospitais, com a retomada dos investimentos na compra de insumos e na infraestrutura; bem como a prorrogação de todos os contratos temporários até a realização de concurso público que cubra o déficit de pessoal, hoje de quase 60% da força de trabalho destas unidades”. Também cobram reposição salarial linear para 2024, mas o governo federal propõe reajuste zero.
Durante audiência em Brasília, na última quarta-feira (8/05), a ministra da Saúde Nísia Trindade teria frustrado as expectativas da categoria, ao não atender qualquer item da pauta apresentada pelo sindicato.
“A disposição dos servidores para a greve é muito grande e a responsabilidade pela paralisação é do próprio governo (federal), que não atendeu a nenhum dos pontos reivindicados”, destacou o diretor do SINDSPREV, Sidney Castro.
Teresa Cristina assumiu o cargo há poucos dias, em meio à crise na gestão da rede hospitalar federal no Rio de Janeiro. As más condições das unidades hospitalares também são associadas ao loteamento de vagas por políticos, que muitas vezes empregam pessoas sem condições técnicas para atender as especificações exigidas.
No Rio de Janeiro, grande parte dos problemas é atribuída ao deputado federal Dimas Gadelha (PT), que vem sendo denunciado desde o ano passado, por veículos como a TV Globo, pela condução desastrosa da rede federal no Rio. Ele nega as acusações, mas o número de vagas ocupadas por pessoas ligadas ao seu mandato demonstra o contrário.