A guerra entre milicianos e traficantes tem causado cada vez mais vítimas na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Na noite de domingo (19), um homem de 49 anos foi atingido por uma bala perdida dentro de um condomínio no Morro do Jordão, na Taquara. O aumento do número de tiroteios na região é preocupante, visto que, segundo levantamento feito pela plataforma Fogo Cruzado, só na Taquara, entre janeiro e o dia 19 de março, houve nove tiroteios, contra apenas um no mesmo período do ano passado.
De acordo com a Polícia Civil, o Morro do Jordão e a Chacrinha são as poucas comunidades daquela área ainda controladas pela milícia. Os traficantes do Comando Vermelho estariam tentando invadir essas localidades para expandir seu domínio sobre a região de Jacarepaguá. O objetivo dos traficantes é criar uma grande complexo, unindo o Lins, na Zona Norte, à Praça Seca, na Zona Oeste, o que só seria possível se conseguissem o controle total da região.
Para expandir seus domínios, os traficantes Wilton Carlos Rabello Quintanilha, o Abelha, e Edgar Alves de Andrade, o Doca, contam com o apoio do ex-miliciano Philip Motta Pereira, o Lesk. Já entre os paramilitares, a polícia identificou a participação do miliciano Playboy da Curicica e de André Costa Bastos, o André Boto, que está preso em uma das unidades do Complexo de Gericinó, em Bangu.
A guerra entre milicianos e traficantes não é uma novidade no Rio de Janeiro e é uma das principais causas da violência na cidade. A milícia é um grupo paramilitar que controla territórios e serviços em áreas dominadas pelo tráfico de drogas. O grupo cobra taxas de moradores e comerciantes, além de oferecer serviços como transporte, gás e internet. Já o tráfico de drogas é responsável pelo comércio ilegal de entorpecentes e pelo controle das áreas onde essas drogas são vendidas.
Essa disputa por territórios é responsável por grande parte da violência na cidade, já que os grupos usam a força para manter seu domínio. As balas perdidas, como a que atingiu o homem no condomínio da Taquara, são uma triste consequência dessa guerra.
A solução para essa questão passa por um trabalho conjunto entre as autoridades e a sociedade. É preciso investir em políticas públicas que proporcionem segurança e oportunidades para os moradores dessas áreas, além de uma atuação efetiva da polícia para coibir a violência. A população também precisa se unir e denunciar as atividades criminosas, para que os grupos percam força e a cidade possa se tornar um lugar mais seguro para todos.