Em foto recente, Dimas e Aparecida no lançamento da candidatura, em São Gonçalo _ Foto: Divulgação/Internet
Irmão de Aparecida, Márcio Panisset, foi preso em 2018 na operação “Apagão”, do Ministério Público do Estado do Rio. Na ocasião foram apreendidos carros, motocicletas, joias e relógios, incluindo cinco da marca Rolex. Na operação também foram apreendidos joias e relógios na casa de Aparecida Panisset
Por Redação,
O Ministério Público Eleitoral (MPE) requisitou a impugnação da candidatura de Maria Aparecida Panisset ao cargo de vice-prefeita de São Gonçalo. A ação foi movida pela 135ª Promotoria Eleitoral. O pedido se baseia em irregularidades detectadas pela nova ferramenta de inteligência artificial do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ).
O Robô de Registro de Candidaturas encontrou quatro condenações definitivas contra Panisset, todas relacionadas a improbidade administrativa. De acordo com o artigo 20 da Lei nº 8.429/92, essas condenações resultaram na suspensão dos direitos políticos dela por períodos de três e cinco anos. Além disso, a ferramenta revelou uma condenação adicional pela 3ª Vara Cível de São Gonçalo, que a torna inelegível por oito anos, até 2031. Esta condenação é devido a danos ao patrimônio público e enriquecimento ilícito.
O dispositivo tecnológico também destacou decisões desfavoráveis dos Tribunais de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) e da União (TCU), que consideraram irregulares as contas de Maria Aparecida Panisset durante seu mandato como prefeita. Já condenada e sem direito a recurso, a ex-prefeita tem que devolver mais de R$ 40 milhões aos cofres públicos de São Gonçalo.
A ação do MPE também aponta que Panisset não cumpriu o prazo mínimo de filiação ao partido, exigido por lei, que é de seis meses antes das eleições.
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https://www.mprj.mp.br/visualizar?noticiaId=150615
Enriquecimento ilícito é de família
Em abril de 2018, o irmão de Aparecida, Márcio Panisset, foi preso durante a segunda fase da operação “Apagão”, do Ministério Público do Estado do Rio. Após cumprimento de mandados de busca e apreensão na residência do ex-deputado estadual, foi encontrada uma arma com numeração raspada.
Márcio foi preso em flagrante por porte ilegal de arma de fogo de uso restrito e encaminhado para a Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica. Assim como Dimas Gadelha, Márcio também é ex-secretário de Saúde de São Gonçalo.
Na ocasião, foram apreendidos em sua casa R$ 104 mil, 117 mil dólares e 167 mil euros. Atualmente, convertendo os dólares e euros para o real daria um total de mais de R$ R$ 1.600.000,00 (um milhão e seiscentos mil reais). Fora os 104 mil de reais.
Além do dinheiro, também foram apreendidos carros, motocicletas, joias e relógios, entre eles cinco da marca Rolex. Na mesma operação também foram apreendidos joias e relógios na casa de Aparecida Panisset.
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Dimas Gadelha também já recebeu ‘visita’ da Polícia Federal
No dia 2 de fevereiro de 2021, Dimas Gadelha foi alvo da Operação Sufrágio, da Polícia Federal (PF), em cumprimento a seis mandados de busca e apreensão. De acordo com a PF, na casa do deputado foram apreendidos R$ 187 mil em espécie, celulares, computadores, mídias e documentos diversos.
O inquérito investigativo começou após a prisão em flagrante de quatro pessoas no segundo turno da eleição para prefeito em São Gonçalo, no dia 29 de novembro de 2020. Segundo a PF, foram apreendidos dinheiro em espécie, latas de cerveja e material de campanha de Dimas Gadelha.
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Repercussão entre os petistas
Entre os militantes e correlegionários do Partido dos Trabalhadores de São Gonçalo (PT-SG), a escolha de “ressuscitar” os irmãos Panisset, sobretudo Aparecida, condenada a devolver R$ 44 milhões aos cofres da cidade e inelegível após quatro condenações na Justiça, foi uma trapalhada muito grande.
Para piorar ainda mais a situação, Panisset não cumpriu o prazo mínimo de filiação ao partido, exigido por lei, que é de seis meses antes das eleições.
“Essa articulação de compor com Aparecida Panisset foi um amadorismo sem precedentes. Como petista, sinto uma imensa vergonha alheia sobre a incompetência do diretório municipal (PT-SG). Sem capacidade para sequer montar uma nominata de vereador, imagina para a chapa majoritária. A lambança orquestrada por Dimas Gadelha e Antônio Maia, presidente do diretório petista em São Gonçalo, é inexplicável”, argumentou um petista, optando pelo anonimato para evitar sofrer represálias.