abril 29, 2025
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29/04/2025

Ministro da justiça demite delegado da PF do RJ acusado de corrupção

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Ministro da justiça demite delegado da PF do RJ acusado de corrupção

O ministro da Justiça, Flávio Dino, anunciou a demissão do delegado Wallace Noble, que trabalhava na Polícia Federal do Rio de Janeiro, em meio a graves acusações de corrupção. Wallace enfrenta processos por corrupção ativa, passiva e organização criminosa e chegou a ser preso durante a operação “Tergiversação 2”, conduzida pela PF.

As investigações apontam que o delegado é suspeito de receber pagamentos mensais de R$ 5 mil de empresários do setor de saúde. Em troca, ele teria a responsabilidade de obstruir investigações em curso na PF ou fornecer informações confidenciais. Além disso, Wallace Noble também teria recebido outras quantias de forma irregular.

A decisão do ministro da Justiça foi oficializada por meio do Diário Oficial da União na sexta-feira (22).

Vale destacar que Wallace Noble já havia sido preso em outubro de 2020 durante as investigações que também envolviam empresários suspeitos de subornar policiais e servidores em troca de proteção em processos de investigação.

Advogados apontados como intermediários nas negociações ilícitas também foram alvo das investigações. De acordo com os dados apurados, o delegado teria recebido R$ 480 mil entre novembro de 2016 e abril de 2017 para favorecer os interesses de empresários na condução de um inquérito relacionado a fraudes em licitação. As investigações apontam que Wallace atuou em favor dos empresários para assegurar o arquivamento do inquérito.

A partir de maio de 2017 até agosto de 2018, o delegado passou a receber mensalmente R$ 5 mil de um empresário, com os valores da propina sendo substituídos posteriormente pela cessão de um imóvel pertencente à família do empresário. A partir de agosto de 2018, o delegado passou a residir no imóvel sem pagar aluguel. O Ministério Público Federal acredita que essa troca de propina pelo imóvel visava ocultar o benefício e dificultar a investigação.

Durante esse período, o delegado continuou a agir em benefício do empresário a partir da Superintendência da PF no RJ.

Em julho de 2018, após cumprir um mandado de busca e apreensão contra uma empresária investigada pela delegacia de crime organizado da PF, Wallace procurou os investigados e prometeu usar sua influência como delegado federal para intervir no inquérito, mesmo não sendo um dos delegados responsáveis pela investigação. Em troca desse “serviço”, ele teria recebido R$ 930 mil entre julho e dezembro de 2018.

Com essa segunda demissão, Wallace acumula duas destituições, sendo a primeira em maio, relacionada a outro caso de corrupção. Isso torna difícil seu retorno à PF caso a primeira demissão seja revertida na justiça.

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