A Polícia Federal está realizando uma operação nesta sexta-feira (11) com o objetivo de combater crimes de peculato e lavagem de dinheiro relacionados ao caso das joias recebidas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro de governos estrangeiros. A operação inclui quatro mandados de busca e apreensão e tem como alvo o general Mauro César Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, além do tenente do Exército Osmar Crivelatti e o ex-advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef.
De acordo com a Polícia Federal, os investigados são suspeitos de vender joias e presentes oficiais recebidos pelo ex-presidente, utilizando a estrutura do Estado brasileiro para desviar esses bens de alto valor patrimonial. Através da venda desses itens no exterior, as quantias obtidas teriam sido incorporadas ao patrimônio pessoal dos investigados, com o intuito de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores.
A operação, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), acontece em três cidades: Niterói (RJ), São Paulo e Brasília. Ela está inserida no âmbito do inquérito que investiga as ações das chamadas milícias digitais.
No decorrer das investigações, foram encontrados emails que mostram que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro tentou vender um relógio Rolex recebido durante uma viagem oficial à Arábia Saudita. Em outra mensagem, o general Cid enviou orientações a um militar que participou da comissão do Ministério da Defesa responsável pela fiscalização e apuração dos votos nas eleições de 2022. O conteúdo desse email sugeria ações para melhorar a segurança e transparência das urnas eletrônicas.
Diante dessas novas informações, o presidente da comissão, deputado Arthur Maia (União-BA), defendeu uma nova convocação do militar, que já compareceu à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), mas se recusou a responder às perguntas.
Além disso, um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) revelou que os pais do tenente-coronel Mauro Cid movimentaram cerca de R$ 2,5 milhões em transações atípicas durante 15 meses. O relatório, que está sob sigilo, também apontou que o casal fez envios atípicos de valores para o exterior. Por esse motivo, a CPMI solicitou a quebra do sigilo bancário, fiscal e de inteligência financeira do casal, a fim de obter extratos e detalhes das movimentações.