De acordo com informações apuradas pelo jornalista César Tralli, da TV Globo, uma servidora de Duque de Caxias afirmou à Polícia Federal (PF) que foi coagida a fornecer sua senha para adulteração dos dados de vacinação no município. A partir desse depoimento, a investigação sobre o suposto esquema de fraude no registro vacinal do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) contará com mais empenho para desvendar as ações em Duque de Caxias.
A cidade da Baixada Fluminense, onde ocorreu a vacinação, foi marcada por filas quilométricas, aglomeração nos postos e desorganização, resultando na Justiça bloqueando R$ 2,5 milhões do então prefeito, Washington Reis, por suspeitas de irregularidades na campanha.
Todo o material coletado nos endereços dos alvos, incluindo os celulares apreendidos com o ex-presidente, com o tenente-coronel Mauro Cid e outros. Segundo a Polícia Federal, servidores da Prefeitura de Caxias inseriram dados falsos no Sistema Único de Saúde (SUS) de Bolsonaro, de sua filha Laura, dois assessores e do deputado Gutemberg Reis (MDB).
Dados revelam as doses de Pfizer aplicadas em Bolsonaro e sua filha Após a operação ser deflagrada e Jair Bolsonaro ter sua casa alvo de mandado de busca e apreensão, o ex-presidente afirmou nesta quarta-feira (3/05) que ele e a filha não se vacinaram contra a Covid-19. Ele também negou ter havido adulteração em seus cartões de vacina.
No entanto, segundo dados do sistema da Rede Nacional de Dados em Saúde, constam duas doses da Pfizer para cada um: Bolsonaro teria tomado a primeira dose da vacina no dia 13 de agosto de 2022, no Centro Municipal de Saúde de Duque de Caxias; o ex-presidente teria tomado a segunda dose no mesmo lugar no dia 14 de outubro de 2022; a filha do ex-presidente, Laura, teria recebido a primeira dose no dia 24 de julho de 2022 no mesmo local; e a segunda dose de Laura teria sido administrada no mesmo dia que a primeira dose de Bolsonaro, no dia 13 de agosto de 2022, também no mesmo local.
Os investigadores afirmam que os dados foram inseridos no ConecteSUS apenas em 21 de dezembro, em ação que teria sido desempenhada por João Carlos de Sousa Brecha. na época secretário de Saúde, e atualmente de Governo de Duque de Caxias. Informações do Ministério da Saúde mostram que ele foi responsável por mais de 60 inserções de dados de vacinação contra a Covid-19 no sistema em 2022. Brecha foi um dos seis presos na Operação Venire, nesta quarta-feira (3/05).
Uma semana depois, no dia 27 de dezembro, houve a exclusão dos dados, que teria sido feita pela chefe da Central de Vacinas de Caxias, Cláudia Helena Acosta Rodrigues da Silva. A servidora disse que foi um “erro”.