outubro 22, 2024
22/10/2024

Trabalhador precisa ser respeitado e racismo não pode ser aceito

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Por Dimas Gadelha

Nos últimos dias, temos nos deparado com diferentes casos de agressão contra trabalhadores – entregadores e transportadores – em claras demonstrações de preconceito e racismo, no Rio de Janeiro. Dois casos ganharam bastante repercussão: a ex-atleta Sandra Mathias Correia de Sá, que “chicoteou” um entregador no Rio; e o mototaxista que alega ter sido agredido pela polícia, sem nenhum motivo, mesmo estando com a documentação regularizada.

Sandra Mathias, que teve vídeo viralizado nas redes sociais, após agredir física e verbalmente entregadores em São Conrado, no Rio, gerou revolta e indignação, mas também solidariedade e incentivo às vítimas.

O vídeo mostra Sandra usando a guia do seu cachorro para bater no rapaz, que se esquiva e não reage às agressões. O cenário criado, por si só machuca mais do que as “chicotadas” aplicadas por Sandra.

Ele teve sua alma machucada pelo racismo. Uma estrutura cultural ultrapassada, sem sentido, que muitos ainda guardam dentro de si. Alguns aplicam, como no caso da ex-atleta. Ela também mordeu uma entregadora durante o episódio.

Mas Sandra Mathias perdeu também, e talvez tenha aprendido que isso não se faz. Teve a licença da escolinha de vôlei na praia caçada, foi banida de aplicativos de entregas, teve as imagens da triste atitude vista por todo o Brasil e ainda vai responder criminalmente à Justiça. Que seja feita!

Em São Gonçalo (RJ), a denúncia de um mototaxista sobre ter sido agredido por policiais militares em uma blitz, realizada na Rua Joaquim de Oliveira, no bairro Porto da Pedra, foi parar na Alerj e nas corregedorias das polícias Civil e Militar.

Um trabalhador em sua função não pode sofrer medo e insegurança. O rapaz diz ter sido parado quatro vezes pela mesma equipe da PM naquele dia.

Apesar de estar com a documentação correta, o mototaxista afirma que teve o veículo retido. Sem entender direito porque estava sendo parado toda hora, na última abordagem decidiu filmar a ação, quando teria sido imobilizado e agredido, segundo a denúncia.

Alega ainda terem tentado retirar o telefone celular da sua mão.

Também em clara resposta à sociedade e à vítima, as polícias estão apurando a conduta dos policiais militares e por que a delegacia não registrou a ocorrência. As investigações devem ser rigorosas.

Não devemos “deixar para lá”. Para uma sociedade melhor, precisamos corrigir os erros e avançar cada vez mais em políticas publicas que ofereçam melhor qualidade de vida a todos.

 

* Dimas Gadelha é deputado federal (PT), médico sanitarista, ex-secretário de Saúde de São Gonçalo-RJ e ex-secretário de Gestão e Metas de Maricá/RJ. Natural da cidade de Souza, na Paraíba, se formou pela Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), da Fiocruz, e também é formado em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

 

Fotos: Pilar Olivares / Reuters / Divulgação

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