No Festival de Veneza, um carioca brilha com seu projeto inovador que combina realidade virtual e carnaval. “Finalmente eu”, de Márcio Sal, transporta os espectadores para uma jornada de autoaceitação única, colocando-os no papel de músico e folião do carnaval. Esta obra singular transcende a fronteira entre arte e imersão virtual, e sua origem durante o lockdown acrescenta uma camada profunda de significado, revelando a busca pela liberdade em tempos de isolamento.
O filme interativo é uma ode ao carnaval, com referências às festividades de 1919 e 2021. Conta a história tocante de Seu Saul, um músico envelhecido que carrega o peso de uma vida inteira de rejeição e vergonha, que o forçaram a esconder sua verdadeira identidade. Inspirado pelo espírito do carnaval e guiado pelo espectador, Seu Saul inicia uma jornada de transformação e autoaceitação. Durante essa jornada, o espectador se envolve diretamente nas festividades, participando como músico e folião. A trilha sonora, incluindo uma emocionante interpretação de “Ó abre alas” por Chiquinha Gonzaga, executada pelo Bloco Céu na Terra, enriquece a experiência.
A criação desse projeto é profundamente pessoal para o diretor, Márcio Sal, que também é um saxofonista que participa do carnaval de rua do Rio de Janeiro. Ele compartilha sua própria experiência de enfrentar preconceitos como pessoa gay e as vezes se esconder para evitar a discriminação. A jornada de Seu Saul reflete a transformação pela qual Márcio passou, oferecendo uma narrativa que muitos podem se identificar.
Participar do Festival de Veneza, o mais antigo do mundo, tem sido uma experiência incrível para Márcio. Ele destaca a oportunidade de intercâmbio de conhecimento, onde criadores, mercado, curadores de festivais e distribuidores se reúnem para discutir o processo criativo e inovador da realidade virtual. A reação positiva do público em Veneza, incluindo as expressões de alegria e danças dos participantes, destaca o sucesso e impacto dessa obra única.

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