Governador Cláudio Castro não descarta a possibilidade de realizar uma nova prova, caso sejam confirmadas as fraudes
No último domingo, foi realizada a prova do concurso da Polícia Militar do Rio de Janeiro para preenchimento de 2 mil vagas de soldados. Porém, a aplicação do exame foi marcada por polêmicas. Em diferentes locais de prova, foram presos vinte candidatos, sendo que dezenove deles possuíam mandados de prisão em aberto. Além disso, circulam nas redes sociais imagens de pessoas confessando terem utilizado o celular durante a realização da prova. Diante dessas irregularidades, diversos candidatos pedem a anulação do processo seletivo.
O concurso para ingresso no Curso de Formação de Soldados da Polícia Militar de 2023 contou com a inscrição de 119.541 candidatos, sendo 88.420 homens e 31.121 mulheres. Para garantir a segurança do certame, a Secretaria de Estado de Polícia Militar realizou um cruzamento de informações dos inscritos com bancos de dados judiciais, resultando na identificação de dezenove candidatos com pendências criminais, como fraude, deserção das forças armadas, receptação e roubo. Essas informações permitiram que a polícia fosse até os locais de prova e efetuasse as prisões.
Além dos dezenove detidos, as equipes de inteligência da Corporação também prenderam em flagrante um ex-cabo da Polícia Militar, expulso da corporação após envolvimento em uma tentativa de homicídio. O indivíduo foi detido ao tentar fraudar o concurso para soldado utilizando os dados de outro candidato.
Os exames do concurso, organizado pelo Instituto Brasileiro de Apoio e Desenvolvimento Executivo (Ibade), foram aplicados em mais de 120 locais na Região Metropolitana do Rio. Nas redes sociais, muitos candidatos reclamaram da falta de estrutura desses locais, alegando que a falta de compartimentos para guardar os celulares comprometeu a segurança do certame. Vídeos e fotos circulam na internet, mostrando candidatos utilizando os dispositivos para consultas durante a prova, além de mensagens em grupos privados admitindo o uso de “cola”.
Questionada sobre as denúncias, a Secretaria de Estado de Polícia Militar afirmou estar investigando os casos e avaliando quais providências serão adotadas. No entanto, ressaltou que a execução e fiscalização do concurso são de responsabilidade do Ibade, empresa selecionada por meio de um processo de licitação.
Pelo Twitter, o governador Cláudio Castro afirmou que o concurso teve “recorde de procura” e destacou a credibilidade do governo. Diante das reclamações sobre possíveis falhas na fiscalização do processo seletivo, Castro foi enfático ao garantir que, caso sejam comprovadas as fraudes, serão tomadas medidas enérgicas, sem prejudicar aqueles que fizeram a prova corretamente. Se necessário, uma nova prova será realizada.
