A pequena Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos, luta pela vida em estado gravíssimo após ser baleada na coluna e na cabeça durante uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na noite de quinta-feira, no Arco Metropolitano. Atualmente, ela se encontra entubada e sob cuidados intensivos no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital Adão Pereira Nunes, localizado em Duque de Caxias.
Nesta segunda-feira, a Corregedoria da PRF confirmou que identificou o policial que entrou no CTI, sem uniforme, mas portando um distintivo da corporação. Imagens das câmeras de segurança da unidade mostram claramente o policial com o distintivo adentrando uma área de acesso restrito.
Diante dessa situação, o Ministério Público Federal (MPF) tomou a iniciativa de abrir uma investigação criminal para esclarecer os acontecimentos e solicitou a identificação do autor ou autores dos disparos que atingiram a menina. Além disso, o MPF requisitou o afastamento de todos os envolvidos no incidente pelo período de 30 dias e a apreensão das armas utilizadas pelos policiais. Também foi solicitado acesso ao procedimento investigatório interno iniciado pela Corregedoria da PRF.
O procurador da República Eduardo Benones expressou sua preocupação com os eventos e questionou as ações do policial:
“A partir de amanhã, teremos o nome do policial. Nos reuniremos para entender por que ele estava lá e o que exatamente estava fazendo. Ele simplesmente entrou no CTI, sem se identificar adequadamente, afirmando ser ‘assunto policial’. Por quê? O que ele estava fazendo? E por que não se identificou? No CTI, os médicos têm autoridade”, destacou Benones.
A situação é considerada, no mínimo, intrigante pelo procurador, que ressaltou que duas policiais rodoviárias federais, ligadas ao setor de direitos humanos da corporação, estavam presentes no hospital, mas não no CTI:
“Não considero isso um incidente isolado. É, no mínimo, estranho. Havia duas policiais rodoviárias federais ligadas ao setor de direitos humanos da corporação no hospital, mas, segundo minha equipe, elas não estavam no CTI”, observou o procurador.
A família da menina, que reside em Petrópolis e estava retornando de Itaguaí, na Região Metropolitana, após passar o feriado de Sete de Setembro, estava no carro quando os tiros foram disparados, e alega que os disparos partiram de agentes da PRF.
