A Polícia Federal (PF) realiza uma operação nesta terça-feira (12) chamada Perfídia, que investiga supostas fraudes na verba do Gabinete da Intervenção Federal (GIF) no Rio de Janeiro em 2018. A ação tem como alvo militares que integraram o GIF naquele ano, mas o general Walter Souza Braga Netto, que comandou o órgão, não é alvo de mandados. A investigação apura se houve sobrepreço na compra de 9 mil coletes balísticos, custando R$ 1,2 bilhão. Além disso, Braga Netto teve seu sigilo telefônico quebrado pela Justiça.
A PF cumpre 16 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e no Distrito Federal, porém não há mandados de prisão. Os crimes investigados incluem contratação indevida, dispensa ilegal de licitação, corrupção e organização criminosa na contratação da empresa americana CTU Security LLC.
A intervenção federal no Rio de Janeiro ocorreu em 2018, quando as Forças Armadas assumiram a segurança pública no estado após um período de violência intensa, marcada por arrastões e ataques durante o carnaval. O general Walter Souza Braga Netto foi nomeado interventor e coordenou as ações do GIF.
Durante a intervenção, foram empenhados R$ 890 milhões dos R$ 1,2 bilhão reservados para a iniciativa, e estava prevista a devolução de R$ 120 milhões na cerimônia de encerramento, que ocorreu em 27 de dezembro de 2018.
A operação Perfídia foi deflagrada após autoridades dos Estados Unidos identificarem indícios de irregularidades na aquisição dos coletes balísticos durante a investigação da morte do então presidente do Haiti, Jovenel Moïse, e comunicarem essas informações às autoridades brasileiras.
